Já imaginou a inteligência artificial ajudando você a criar personagens e ambientes para jogos de computador? E se essa inteligência artificial pudesse se “inspirar” em artistas aqui da Ilha para criar coisas originais, mas com um “sabor” ilhéu? Pois é, aqui vemos os primeiros estudos que eu fiz para ver a viabilidade de nós usarmos essa técnica, devidamente inspirada pela arte de Cascaes, para “imaginar” personagens robóticos para montarmos os jogos que vamos desenvolver.
Este semestre vamos incluir um capítulo novo na disciplina de INE5420 – Computação Gráfica da UFSC: Arte Computacional com Inteligência Artificial. Todo mundo já ouviu falar dos novos modelos de inteligência artificial gerativa, que aprendem as mais diversas coisas desde técnicas de discurso (o maior exemplo é o robô de diálogo chatGPT) até técnicas de criação de imagens a partir de texto ou de outras imagens-exemplo, associadas a textos descritivos.
Essas inteligências artificiais gerativas voltadas à imagens são treinadas com até mais de 1 bilhão de pares imagem/legenda e “aprendem” desde a aparência das coisas até o estilo de pintores e fotógrafos. Com isso elas são capazes de produzir arte original, desde que instruídas e guiadas adequadamente através de comandos na forma de texto corrido chamados de “prompts”. O exemplo mais conhecido dessa categoria de inteligências artificiais é stableDiffusion, que usa um modelo baseado em física de partículas para despedaçar e “difundir” as imagens e textos que você coloca como modelos para ela, da mesma forma como uma sujeira se dilui em água formando água barrenta, para depois fazer essa nuvem de partículas coalescer novamente como uma nova imagem, original, baseada nos “conhecimentos” que a inteligência artificial adquiriu com aquele mais de um bilhão de pares de imagem/legenda com a qual foi treinada. Parece mágica, não é? E o mais fantástico é que você pode baixar uma cópia dessa Inteligência Artificial e rodá-la no seu próprio computador, sem depender de favores de ninguém na internet, desde que você tenha um computador razoavelmente moderno em casa.
Eu escolhi a arte de Franklin Cascaes como inspiração. Seguindo a filosofia de usar na minha disciplina sempre a cultura e história locais, vamos fazer o uso da mitologia da arte de Franklin Cascaes, transformando personagens e cenas de Cascaes em personagens cibernéticos animados em game com o próprio fundo do game situado em algum ambiente aqui da Ilha. Neste post um experimento meu, criando diferentes “modelos” robôs com ares pós-apocalípticos a partir do “Boitatá”, um dos personagens mais emblemáticos de Cascaes.
Franklin Joaquim Cascaes (Florianópolis, 16 de outubro de 1908 – Florianópolis, 15 de março de 1983) foi um pesquisador da cultura açoriana, folclorista, ceramista, antropólogo, gravurista e escritor brasileiro. Cascaes nasceu na praia de Itaguaçu, na parte continental de Florianópolis. Você pode descobrir mais sobre ele aqui: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Franklin_Cascaes
A UFSC possui uma uma homenagem extremamente marcante a Franklin Cascaes e todos vocês que vão comer no restaurante universitário todo dia já passaram por ela: sabe aquela estátua de metal enorme, com um grande olho ciclópico vermelho, parecendo querer entrar no lago? Pois é, é uma outra interpretação do Boitatá de Franklin Cascaes: https://dceven.ufsc.br/boitata-incandescente/ Então, estamos em casa usando o Boitatá para inspirar a nossa disciplina…
Quer saber mais sobre a disciplina? Olhe aqui: https://bit.ly/aulasCG e aqui https://lapix.ufsc.br/ensino/computacao-grafica/